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Herói: Glorfindel (Core 11)

 

Esfera: Conhecimento

 

Custo de Ameaça: 12

 

Atributos:       3     3     1   5

 

Traços: Nobre. Noldo. Guerreiro.

 

Texto: Ação: Pague 1 recurso do conjunto de Glorfindel para curar 1 dano de qualquer personagem (limite de uma cura por turno).

 

 

 

Papéis do Personagem:

Atacante.

Partir para a missão.

Elfo curandeiro pau pra toda obra!

 

 

 

 

 

Análise da Carta

 

Quando eu comecei a montar meus primeiros baralhos eu não conseguia deixar esse personagem de fora a de nenhum deles. Isso mesmo, sempre jogava com a esfera de Conhecimento. Mas não era porque gostava demais da esfera, mas do personagem.

 

Glorfindel é um dos personagens que mais me surpreendeu estar presente numa caixa base de jogo baseado em Senhor dos Anéis, até porque ele não é um personagem que tem destaque pras bandas da Primeira Era da Terra Média, mas vem lá da leitura do Silmarillion, com a queda de Gondolin e coisas do tipo.

 

Ele tinha que ser um cara “bonzão” e eu sentia que ele era, e realmente é! Deveria ser mais caso a temática do personagem fosse mais fiel aos livros, mas para o bom andamento do jogo ficou de bom tamanho, balanceado!

 

Ele é um daqueles personagens que tem valores muito altos e muito baixos, então consegue fazer algumas coisas muito bem e outras muito mal.

 

Glorfindel possui força de vontade e força de ataque em valor 3, ou seja, é um bom atacante e muito bom em partir em missões, na verdade só não ganha da Éowyn, que é de longe disparada a melhor na função.

 

Você pode aproximar o elfo disso caso use Protetor de Lórien (Core XX), com a vantagem de que a esfera de conhecimento é a que faz você comprar mais cartas, abastecendo sua mão para o descarte.

 

Caso você consiga deixar o personagem preparado vai poder cumprir com os dois papéis de forma eficiente com apenas um personagem.

 

Apesar de possuir o baixo valor de força de defesa, apenas 1, o alto valor de 5 pontos de vida faz com que ele supra essa necessidade, podendo sofrer ataques sem defesa sem dificuldade.

 

O elfo é muito bom em dois aspectos centrais do jogo(missão e ataque) e noutro é muito fraco, mas pode resolvê-lo de forma secundária (sofrendo um ataque sem defesa). Logo, é um cara que resolve boa parte dos problemas.

 

Fora os seus altos valores de atributos, que cominam num alto custo de ameaça, nada mais do que justo, ele ainda possui uma habilidade única.

 

Uma vez por rodada você pode gastar um recurso de Glorfindel para remover um marcador de dano de um personagem. Ou seja, uma cura por um recurso dele.

 

É uma habilidade muito versátil, pois pode ter como alvo qualquer personagem, heróis e aliados de qualquer jogador, bem como não necessita de deixar o personagem exausto para produzir o efeito. Mesmo utilizando o personagem em missão ou combate ele ainda pode usar a habilidade para curar uma vez por rodada.

 

Mas nem tudo que brilha é ouro. A esfera de Conhecimento é conhecida pelo alto custo de suas cartas, e a habilidade de Glorfindal consome ainda mais seus recursos, o que pode dificultar baixar cartas sem alguma mecânica que gere recursos, ou caso use poucas cartas de conhecimento.

 

Dessa forma, fique atento ao montar seu baralho com o custo das cartas e a quantidade de cartas das esferas de conhecimento, ou o seu deck pode não cumprir com as funções que se propõe de forma eficiente.

 

Por fim, apesar de seu alto custo de ameaça os benefícios são valiosos, e ele pode se encaixar em basicamente qualquer baralho: com a esfera de Espírito você pode atingir altos níveis de Força de Vontade apenas com a base dos heróis; com a esfera de Tática você pode suprir a necessidade de Força de Vontade ou aumentar ainda mais o ataque dos heróis e curar os defensores; com a esfera de Liderança você pode gerar recursos que serão utilizados em cura e auxiliar Aragorn em missões e ataques para um baralho equilibrado (e de ameaça bem alta).

 

Conclusão, é um personagem versátil e especializado que com um bom equilíbrio do baralho pode brilhar, mas cuidado com o alto valor de custo de ameaça inicial, ou vai ter problemas com inimigos demais engajados ao mesmo tempo.

 

 

Combina muito bem com?

 

Protetor de Lórien (Core 70)

 

Especializar o personagem é algo que normalmente funciona e como Glorfindel é um elfo que se propõe a partir para missões, sendo um dos melhores nesse quesito, nada melhor do que usar as cartas de conhecimento de forma inteligente. Protetor de Lórien necessita de combustível, cartas para serem descartadas, a esfera de conhecimento possui várias cartas que podem suprir essa necessidade e fazer com que Glorfindel alcance altos valores de Força de Vontade.

 

Cartas de Preparação - Coragem Inesperada (Core 57), Causa Comum (Core 21)

 

Glorfindel possui lugar em duas funções partir para missões e ataques, logo, caso você consiga deixá-lo preparado ele poderá cumprir com os dois papéis de forma muito eficiente, pois possui valores de 3 em força de ataque e força de vontade.

 

Geração de Recursos - Regente de Gondor (Core 26), Corneta de Gondor (Core 42), Presentes de Despedida (SFT 52)

 

As cartas de Conhecimento são reconhecidamente as que possuem o custo mais elevado o que pode ser um problema para a ativação da habilidade de Glorfindel que também depende de recursos, ainda que seja um por rodada. Assim, você necessita de gerar recursos para suprir a utilização da habilidade do herói.

 

 

O Personagem nas obras literárias de J.R.R. Tolkien:

 

Glorfindel, o de cabelos longos e dourados, Senhor da Casa da Flor Dourada de Gondolin. Opa, Gondolin? É, isso mesmo, Gondolin.  O último Reino Élfico dos Noldor na Terra Média durante a Primeira Era.

 

Sério, se eu for começar a falar da Primeira Era vou ficar aqui durante muito tempo. Esse parte da mitologia de J.R.R Tolkien é contada no Livro O Silmarillion. Um livro que merece destaque em diversos aspectos. Primeiro porque não foi publicado quando Tolkien estava vivo, mas por seu filho Christopher Tolkien, que preencheu algumas lacunas de parágrafos para completar a história que estava em manuscritos do Professor, e assim permitir aos leitores saber da mitologia da primeira era, da criação do mundo, antes da existência, até a queda de Númenor e o destino de Isildur.

 

É um livro único, que apesar de curto em termos gerais se comparado a’O Senhor dos Anéis, que é uma trilogia (ou seis tomos se preferir), é muito mais denso e possui uma cronologia muito maior. Ou seja, enquanto na trilogia do anel estamos falando de menos do que uma década de acontecimentos após a partida de Frodo Bolseiro do Condado portando o Um Anel, no Silmarillion somos apresentados com duas eras inteiras, a imortalidade dos elfos, e o poder dos Valar, dragões e balrogs voando por aqui e por ali, e elfos com poder suficiente para enfrentá-los em pé de igualdade.

 

Explicar a primeira era aqui seria de fato tanto conteúdo que eu não poderia explicar devidamente, mas vou tentar me ater à parte principal que o Personagem tem na História da Terra Média, sem me aprofundar muito nos acontecimentos das eras em específico.

 

Certamente, precisamos de um contexto, então em linhas gerais vou apresentar algo do que se passava naquele tempo.

 

Os Deuses (Valar) habitavam a Terra Média nas Terras Imortais, em um local distante a oeste no oceano. Mas Melkor (Morgoth, o Inimigo), o deus maligno pai dos Orcs, mestre de Sauron (que era um de seus capitães), habitava uma fortaleza chamada Angband, que ficava na Terra Média, de onde espalhava a destruição.

 

Os Valar deram vida a duas árvores de luz, uma dourada e uma prateada, que emitiam pureza e poder nas Terras Imortais.

 

Fëanor, um elfo Noldo de extremo poder, artífice joalheiro, com extrema inspiração fez um feito único em toda a história e conseguiu criar três artefatos que reproduziam a luz divina das Duas Árvores, eram as Silmarils.

 

Morgoth invejoso criou dúvida na mente de Fëanor, e o colocou contra seu meio irmão, gerando discórdia entre os elfos das terras imortais. Sabendo dos desígnios do inimigo os Valar chamaram Fëanor para que se reconciliasse com o irmão.

 

Nesse momento com a ajuda de um ser maligno ancestral, a Mãe das Aranhas, Ungolianth, que se alimentava de luz, ambos sorrateiramente invadem as terras imortais e sugam a luz das árvores, que jazem mortas, em sua fuga matam o pai de Fëanor e roubam as Silmarils.

 

Fëanor pede ajuda dos deuses, que na verdade requerem as Silmarils, pois com elas seriam capazes de reviver as árvores, mas Fëanor se nega, e os Valar o proíbem de seguir em busca de vingança. O elfo se nega a obedecer e segue sozinho, levando consigo seu filhos e os vassalos de sua casa nobre.

 

Ocorre que eles não possuíam barcos, mas uma comunidade élfica que vivia à beira da penumbra das árvores em ilhas próximas às terras imortais possui barcos em forma de Cisnes Brancos, Aqualondë.

 

Fëanor provoca um massacre e vai até a Terra Média com os barcos roupados pelo sangue derramado. Os deuses amaldiçoam Fëanor e sua empreitada, e todos aqueles que o seguirem, seus filhos e os filhos deles.

Vale mencionar que ao chegar na Terra Média Fëanor é cercado por um grupo de Balrogs e morre, seu corpo vira chamas (um fato único na história da Terra Média) e ele retorna aos Palácios de Mandos, o Vala que assume o aspecto da morte, onde espera julgamento no fim dos tempos.

 

O livro vai retratando toda a genealogia de Fëanor se desfazendo pela maldição, até que apenas um Reino Élfico Noldo reste de pé, Gondolin. E é lá que estava Glorfindel.

 

Na verdade, Glorfindel não participou do massacre em Aqualondë, mas o repudiou e tentou evitar que acontecesse, e sequer era vassalo de Fëanor, mas de seu filho Turgon. Então ele meio que era um bom moço, ainda que na época.

 

Em algum momento Gondolin cai, em uma batalha mais do que épica, Glorfindel como líder da Casa da Flor Dourada, uma das doze casas de Gondolin lidera tropas, chegando até mesmo a enfrentar um dragão sozinho na praça do mercado, quando é emboscado e precisa recuar.

 

Ele é um grande líder de combate e participa ativamente em muitos pontos da batalha de Queda de Gondolin, sendo um dos que vai até o fim.

 

Quando o Reino foi atacado nela estavam Tuor, um humano, e Idril, filha do Rei Turgon. Glorfindel é um dos sobreviventes que segue pelo caminho secreto de Cirith Thoronath, protegendo sempre e combatendo na retaguarda para que outros possam sobreviver.

 

Por fim, quando saíram do caminho secreto são emboscados por um Balrog, e Glorfindel se sacrifica em combate para que Tuor e Idril possam sobreviver. A cena é parecida com a Ponte de Khazad Dum, mas Glorfindel morre na queda, que é num precipício beirando as montanhas.

 

Uma água gigante, Thorondor (alguém aí falou Descendente de Thorondor STF 75?), na verdade O Senhor das Águias que combatia dragões nos céus, pega o corpo de Glorfindel e o coloca sobre um monte de pedras em um local ermo da montanha, e ali nascem flores douradas que encobrem toda a sepultura.

 

E assim, morre Glorfindel. É isso mesmo, ele morre durante a Primeira Era, na Queda de Gondolin.

 

Para esclarecer a importância da morte de Glorfindel, Tuor e Idril fazem um filho, Ëarendil, que assume um dos papéis mais importantes da primeira era, ele é o mensageiro escolhido pelo Vala Ulmo, do aspecto das águas, rios e oceanos, para navegar até o oeste e pedir perdão para os elfos.

 

Os Valar aceitam o pedido e acabam “salvando” a primeira era, derrotando Morgoth, que mostra um caminho secreto a Sauron antes de ser pego, para que ele fugisse e seguisse o seu legado como Senhor do Escuro.

Existem muitos detalhes dentro dessa história, mas não cabe aqui ficar falando sobre isso, o foco é Glorfindel.

Depois de morto seu espírito vai para os Salões de Mandos, onde reencontra todos os Noldor seguidores de Fëanor, mas ele se diferencia dos demais, pois  é julgado inocente de qualquer culpa. Com isso os Valar devolvem-lhe o corpo, e na verdade fortalecem seus poderes, tornando-o muito próximo de um Maia (deuses menores, semideuses e afins, Gandalf é um deles), concedendo-lhe poderes angelicais.

 

Em algum momento da Segunda Era, supostamente quando os Valar enviam os Istari para combater Sauron Glorfindel os leva como guia, retornando à Terra Média. O que se sabe é que quando o noldo retorna Sauron já forjou os anéis, Celebrimbor morto, e por ai vai. Ele foi enviado para auxiliar Gil-Galad e Elrond no combate a Sauron. Seu papel, de fato, fica por trás dos panos, ele nunca demonstra seu verdadeiro poder abertamente.

 

Durante a terceira era ele também fez feitos memoráveis. Foi ele quem profetizou a morte do rei dos bruxos (para mais detalhes veja a história de Éowyn). É sabido que é um dos poucos que nada temiam as forças de Sauron, em especial enfrentava sem medo os Espectros do Anel, e por isso foi enviado por Elrond para encontrar o Portador do Anel.

 

No filme de Peter Jackson Arwen aparece cavalgando Asfaloth logo após Frodo ser ferido com a Lâmina de Morgul pelo Rei dos Bruxos, e é ela quem cavalga levando-o ate Valfenda onde Elrond pode curá-lo. No livro, A Sociedade do Anel, quem faz esse papel é Glorfindel, ele quem encara os espectros e invoca as forças das águas do Vau do Bruinen para carregar os Nazgul e seus cavalos rio abaixo.

 

Após levar Frodo até Valfenda Glorfindel assume um papel tão importante quanto Gandalf e Elrond durante o Conselho de Elrond para definir o fim do Um Anel, é ele quem sugere que o anel seja jogado ao mar, mas Gandalf com visão afirma as falhas desse plano.

 

Quando a Sociedade do Anel estava sendo formada pensou-se em Glorfindel como um dos seus membros, mas Gandalf logo afirma que os grandes poderes do elfo de nada servem contra as forças de Mordor em uma missão que precisa ser secreta.

 

Seu papel durante a Guerra do Anel não é narrado nos livros, mas sabe-se que ele sobreviveu, pois esteve no casamento de Aragorn e Arwen e se juntou aos portadores dos anéis quando navegaram para o oeste, em direção às Terras Imortais.  

 

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