Muito em breve, ainda essa semana, os primeiros exemplares dos pacotes de aventura do último capítulo do Ciclo Sombras da Floresta das Trevas estará chegando nas mãos dos jogadores e nas prateleiras das lojas. E nós vamos apresentar em primeira mão as nossas impressões sobre as cartas contempladas nesse pacote de aventuras: Retorno à Floresta das Trevas.
Se você for um dos felizardos que já adquiriu o seu exemplar e está apenas esperando chegar, mas não sabe o que esperar, ou se é um daqueles jogadores que prefere antes de adquirir saber as novidades da expansão para decidir se vai incluí-las na sua coleção esse post é pra você.
Vamos esmiuçar a missão e apresentar brevemente as novas cartas de jogador, as primeiras impressões sobre o herói (que um dia será trabalhado profundamente nas análises de cartas – Heróis da Terra Média) e dizer meus 5 centavos sobre a missão que contextualiza o fim da tão longa e cansativa caçada pela Criatura Gollum, que começou a cinco pacotes de aventuras atrás.
O Herói – Dáin, Pé de Ferro
Dáin, Pé de Ferro, das Colinas de Ferro. Um líder entre os anões. É o segundo herói da esfera de liderança lançado durante o ciclo, junto com o Príncipe Imrahil, mas que possui habilidades muito diferentes do primeiro.
Ele é um herói que se justifica pela sua própria habilidade, ele aumenta os atributos de QUALQUER personagem anão em jogo. Ou seja, aliados e heróis, de qualquer jogador, que possuam o traço “anão” recebem +1 de Força de Vontade e Força de Ataque enquanto ele estiver preparado.
Tematicamente isso traduz a capacidade do líder visionário em administrar suas tropas e tarefas sem sair do seu trono, liderando com capacidade e eficiência.
Lembramos que deixar heróis preparados é uma das características da esfera de liderança, então sua habilidade pode ser aplicada em muitos casos.
Pode parecer um herói simplório em uma primeira análise, mas certamente com o tempo e novos lançamentos muitos irão acreditar que ele é de fato um herói desequilibrado. Ele é a alma da maioria dos baralhos de anão, talvez os baralhos mais fortes do jogo. E certamente os baralhos mais fortes até o fim do terceiro ciclo.
Isso porque o segundo ciclo, Dwarrodelf, que é inaugurado e toma fundamento pela Expansão de Luxo Khazad-Dun, e que deve ser lançada em Janeiro, possui MUITOS aliados anões poderosos. A temática do segundo ciclo em muito assume a região das montanhas e de Moria, um grande reino anão perdido, de modo que muitos anões serão lançados como carta de jogador, e cartas que aproveitam o traço anão.
A própria expansão Khazad Dun conta com dois novos heróis, ambos anões.
Não obstante, em breve (acredito que ainda em Dezembro) deve ser lançada a primeira Expansão de Saga que conta a História de O Hobbit – Sobre a montanha e sob a montanha. Para quem viu o filme ou leu o livro sabe muito bem que a história gira em torno da Comitiva de Thórin, Escudo de Carvalho, um príncipe anão, composta por 13 membros, dentre eles um hobbit, um mago e o restante de anões.
Não preciso nem dizer que essa expansão é repleta de anões, ou preciso?
Os baralhos de anões vão se tornar muito famosos e comuns, e Dáin vai ser a alma da maioria deles, tornando-os super poderosos. Em jogos multijogador certamente haverá algum jogador com ele na mesa.
Minha sugestão: aproveite enquanto ele ainda está notavelmente equilibrado e derrote trolls na Carrocha com um grupo de anões.
Cartas de Jogador
Como nos demais pacotes de aventura O Retorno à Floresta das Trevas segue o mesmo padrão, duas novas cartas de jogador de cada esfera e uma nova carta neutra. Seguem abaixo os Spoilers.
Esfera de Tática
O primeiro ciclo é conhecido na esfera de tática como o ciclo dos baralhos baseados em Águias, não poderia ser diferente o último pacote fecha com chave de ouro e nos contempla com um aliado águia muito poderoso e um acessório que possui mecânica ligada ao traço “águia”.
(Eagles of The Misty Mountain SFT 119) é uma carta de aliado que para cada águia que saia de jogo enquanto ela está em jogo, no lugar de ser descartada é colocada como um bônus de +1 de Força de Ataque e Defesa. Destacamos que apesar do alto custo ela possui atributos iniciais muito elevados, sem contar que é um dos poucos aliados de Tática que possui Força de Vontade acima de 1.
O acessório (Support of The Eagles SFT120), por sua vez, aumenta os valores de Força de Ataque OU Defesa do herói em que o acessório estiver anexado em quantidade igual ao de um aliado águia em jogo, a escolha do próprio jogador.
Legolas, Gimli ou Boromir, que pode defender ou atacar por diversas vezes ao custo de ameaça, com um bônus desse é a encarnação do combate!
São cartas muito boas, que seguem as temáticas e expectativas já presentes em todo o ciclo, enaltecendo as águias e a força de combate, e um aliado de Tática que possui alguma força de vontade, apesar de voltado também para a chacina de inimigos.
Esfera de Liderança
Nesse pacote de aventuras a esfera de liderança já se viu muito beneficiada pelo herói lançado, em contrapartida as cartas de jogador não brilham tanto. Um acessório e um evento, que seguem a linha de cartas lançada durante o ciclo.
Ambas (Dawn Take you All! SFT118) e (Dunedáin Signal SFT 117) são cartas que melhor aproveitadas em jogos multijogador, pois o acessório concede a habilidade de sentinela, podendo defender outro jogador de um ataque sem defesa, enquanto que o evento remove cartas de sombra de diversos jogadores, uma por jogador. Para jogadores solo essa esfera nesse pacote é um desastre.
Apesar disso Dawn Take you All é uma solução que a esfera de Liderança assume para remoção de Cartas Sombrias, o que é bem vindo.
Esfera de Conhecimento
Ao contrário da esfera de Liderança esfera de Conhecimento foi agraciada com boas cartas nesse pacote, em especial para jogos solo. São um aliado e um evento.
O aliado (Mirkwood Runner SFT 123) trás ataque para uma esfera que não é de todo combativa, quando ele ataca só a defesa do inimigo não é contada para reduzir a sua Força de Ataque, ou seja, qualquer inimigo com pontos de vida igual à Força de Ataque desse aliado é morto com apenas um ataque. Seu ataque base é 2, um valor simplório, mas que quando aumentado pode causar um belo estrago.
Além do aliado há um evento, (Rumours from the Earth SFT 124) que é uma excelente carta de controle do baralho de encontros, por um custo zero você pode ver a carta do topo do baralho de encontros, e se pagar 1 recurso de conhecimento poderá retornar o evento para sua mão no lugar de descartá-lo. Em uma partida solo é garantia de que verá sempre a primeira carta revelada pelo baralho de encontros, preparação para o que está por vir em muitas vezes é a chave para a vitória. Sem contar que pode ser um evento “eterno” ao custo de 1 recurso por rodada. Abram o olho para essa carta!
Esfera de Espírito
Por fim, a Esfera de Espírito assume tudo aquilo que já vem sendo trazido durante o primeiro ciclo: Força de Vontade e efeitos relacionados à viagem para locais e produção de progresso. A evolução de cartas com o traço Rohan voltadas para a missão e força de vontade é o foco da esfera durante esse ciclo, em O Retorno à Floresta das Trevas não é diferente.
Astonishing Speed SFT 122, praticamente garante o sucesso na fase de missão quando você está com heróis como Éowyn e Théodred, além dos aliados Rohan que podem estar baixados. É um aumento de força de vontade gigantesco para uma única rodada. Essa carta consolida Rohan como um grande traço para a fase de missão.
West Road Traveller SFT 121, é um aliado sem muito destaque, quando lançado de sua mão você pode trocar a localização ativa por outra em jogo, é um bom efeito, mas nada superior. O que chama atenção é ser um aliado com Força de Vontade 2, pertencer ao traço Rohan, e ter um custo de 2 recursos. Um aliado barato para a fase de missão, e que poderá se beneficiar do evento que o acompanha como nova carta para a esfera de espírito.
Cartas Neutras
A nova carta neutra é um evento, que em muito pode auxiliar jogadores solo. Seu efeito é devolver a carta do topo da pilha de descarte do baralho de encontro para o topo do baralho de encontro.
Em verdade é uma carta de controle do baralho de encontros, como dito você saberá qual a próxima carta que será revelada pelo baralho, e melhor que isso, poderá de certo modo escolher qual será essa carta, pois lançará o evento quando a carta na pilha de descartes for algo com o qual poderá lidar facilmente: um inimigo fraco, uma localização que poderá sair de jogo rapidamente, uma carta com baixa ameaça, um infortúnio que não cause grandes prejuízos, etc.
Uma boa carta de controle de baralhos, e que pode ser colocada em qualquer baralho.
A Missão
Essa é uma das minhas missões favoritas, principalmente no modo pesadelo, pois possui uma dificuldade e longevidade grandes.
Conforme a história vai sendo narrada durante o ciclo, no momento da missão os heróis apreenderam Gollum nos Pântanos dos Mortos e agora estão levando a criatura até os salões dos elfos na Floresta das Trevas.
Por sua vez as forças de Sauron não pretendem que a criatura seja pega e levada, e farão tudo que estiver ao seu alcance para evitar que a criatura seja capturada com vida.
A missão conta com uma carta de objetivo Gollum, que simboliza a criatura que deve ser escoltada. Ele é um objetivo do tipo aliado, e se for morto a missão resulta em falha. Muitos infortúnios e criaturas são voltadas para o jogador que possuir o objetivo, que pode ser passado de jogador para jogador.
Além disso, o objetivo aumenta um adicional de 3 à ameaça do jogador que o controla no fim da rodada. Manter Gollum, se debatendo e gritando, tentando escapar, sob sua guarda é uma tarefa árdua, e é interessante passar de mãos entre os jogadores durante o jogo.
A missão consiste em quatro etapas, cada uma se destacando em um aspecto.
A primeira parte é o retorno à floresta, que nada mais é do que uma missão básica, sem efeitos, com 12 pontos de progresso para ser transposta. Em um segundo momento o enfoque é na criatura Gollum e suas tentativas de fuga, o jogador que o guarda deve lançar todo seu esforço par mantê-la sob guarda, e não poderá designar personagens para fazer parte da missão.
Não bastasse um jogador a menos para enviar personagens para a missão, se os jogadores falharem na fase de missão, ou seja, se a ameaça for maior que a força de vontade dos personagens que partiram na missão, os jogadores falham, pois Gollum escapou.
Dificuldade? Imagina!
Na terceira parte é ainda pior, o jogador que guarda Gollum sequer poderá jogar cartas de sua mão! Isso mesmo, segura o Gollum e joga só com o que tá na mesa.
Ao fim, na última etapa da missão, todos os inimigos em jogo engajam o jogador que estiver com Gollum. São as forças da escuridão a todo custo querendo cumprir seus objetivos. é uma corrida contra o tempo na produção de progresso para não precisar lidar com todos os inimigos de uma só vez.
Em suma, trata-se de uma missão multijogador. Notadamente ela foi desenvolvida para ser jogada em grupo e uma partida solo nela pode ser extremamente frustrante, dado o grande poder das criaturas, o crescente valor de ameaça por rodada devido à manutenção de Gollum, aliado às implicações das missões que bloqueia o jogador que controlar o objetivo.
No entanto o próprio jogo excepciona a regra para uma partida solo, alterando pequenos ajustes para que o jogo passe a ser mais jogável, no que se refere à própria missão e objetivo. No entanto, as poderosas criaturas ainda estarão no baralho de encontro e a dificuldade vai depender bastante do que aparece a cada rodada.
Enfim, certamente é uma missão muito bem desenvolvida para a proposta central do jogo, jogos em multijogador, mas que sem frustração pode ser jogada solo, com a dificuldade inerente ao jogo sem parceiros. Na minha opinião é uma expansão que não pode faltar na coleção de ninguém!
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