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Com os conceitos já debatidos, todos bem fixados pelo jogador, basta seguir uma simples “receita de bolo” para montar um baralho vencedor. Veja bem, não estou dizendo que montar um baralho é algo banal, mas sim que não é um bicho de sete cabeças, não é o maior mistério dos cardgames. Seguindo o passo a passo abaixo não tem como errar (ou tem?)

 

1 – Definir a Proposta do Baralho

2 – Escolher as Esferas

3 – Escolher os Heróis

4 – Escolher Aliados, Acessórios e Eventos

5 – Arredondar o Baralho

6 – Testes e Alterações

 

Bem, a proposta do baralho está diretamente ligada ao modo de jogo. Se você vai montar um baralho para jogar solo, em dois, três ou quatro jogadores, contra qual missão irá jogar e por ai vai. Lembre-se sempre que o Senhor dos Anéis Card Game é um jogo de montagem de baralho, e ele enfatiza essa parte do jogo, de modo que um baralho por si só não será excelente contra todas as missões. Inclusive, é um dos meus desafios pessoais montar baralhos que sejam, individualmente, o mais geral possível para abraçar com sucesso a maior quantidade de missões.

 

Definido o modo de jogo é interesse definir a proposta do baralho em conjunto com os demais jogadores (se for um jogo multijogador). Nesse momento é interessante já pensar nas funções de cada baralho para que não haja conflito e a maioria das funções necessárias para o bom andamento do jogo seja comprida por todos os baralhos.

 

Posteriormente verifique as esferas que melhor cumprem as funções do baralho, pois possivelmente elas serão as escolhas naturais para a montagem do seu baralho. Existem situações onde duas esferas se comportam da mesma maneira quanto a determinada função, nestes casos você deve analisar as afinidades e sinergias que cada esfera pode te proporcionar para fazer a melhor escolha.

 

 

Com as esferas definidas escolha os heróis possíveis dentro dos papéis que suportarão as funções pretendidas. No momento de definir os heróis tenha em mente que um baralho em geral necessita de um herói para defender e um heróis que possa se comprometer para a missão, tendo em vista que são as mecânicas básicas de sobrevivência, através do combate e do progresso.

 

Isso é diferente de ter um herói com papel de defensor e um herói com papel de gerar força de vontade. Por exemplo, Gimli é um herói que essencialmente tem um papel combativo, mas em uma rodada de desespero, onde seja necessário sacrificar o combate para gerar força de vontade ele tem uma força de vontade de 2, que não é das piores, e pode auxiliar. Dessa forma é necessário que todo baralho tenha um heróis que sirva de muralha de carne para os golpes dos inimigos, nos momentos de desespero onde o defensor não der conta de todos os ataques, ou quando os inimigos se acumularem na área de perigo e engajarem em grupo contra os jogadores.

 

Assim, é aconselhável na escolha dos heróis que se coloque em função secundária de um deles a geração de força de vontade e uma certa habilidade para defender.

 

Em seguida vem a montagem do baralho em si. A escolha de aliados, acessórios e eventos. Certamente você jogador nessa altura da montagem do baralho já tem uma idéia da temática e estratégia que pretende para o seu baralho, e é nesse sentido que irá escolher suas cartas.

 

Dentro das esferas impressas nas cartas de seus heróis escolha em torno de 20-30 aliados, 10-15 acessórios e 10-15 eventos. É natural que a maior quantidade de cartas de um baralho seja a de aliados, para não dizer que é essencial. Aconselho essa contagem levando em consideração que as mecânicas do jogo giram em torno de fazer missões e sobreviver aos combates, e isso acontece com força de vontade, força de ataque e força de defesa, sem deixar de lado pontos de vida. São os aliados que ajudarão os heróis, seja se comprometendo para a missão e somando força de vontade ou atacando em conjunto e servindo como bucha de canhão dos ataques de inimigos poderosos, é essencial ter aliados em jogo. Eventos e acessórios, ainda que importantes, costumam atuar de forma subsidiária, dando suporte na mecânica que essencialmente é feita por heróis e aliados.

 

A escolha das cartas deve ser feita pensando na montagem do baralho como um todo. Não esqueça de explorar as afinidades e sinergias. Também se preocupe com os custos das cartas, não utilize cartas caras demais e observe que em geral você possuirá mais heróis de uma esfera e mais de uma esfera, assim a esfera com menor quantidade de heróis deve possuir cartas de menor custo, pois a geração de recursos será mais lenta.

 

Pense em cartas que em conjunto serão mais efetivas no cumprimento das funções que você se propôs a fazer com o baralho. Não escolha as cartas por serem poderosas, mas porque elas possuem uma função em conjunto com outras, e que farão o seu baralho cumprir seus objetivos.

 

Assim que você escolher a base de seu baralho possivelmente você estará com mais ou menos 50 cartas, mas não as 50 cartas pretendidas. Você pode montar um baralho com mais de 50 cartas, mas isso fará com que as cartas que você precisa, as cartas chaves, possam demorar mais tempo para aparecer, pois a probabilidade de compra-las diminui com cada carta acima do mínimo de 50 cartas que você colocar no baralho.

 

Assim, tente arredondar o baralho, preencha os buracos com cartas genéricas caso não tenha selecionado ainda 50 cartas e verifique os custos de cartas e as funções das mesmas para retirar as que estão acima deste valor.

 

A partir daí é testar o baralho, fazer alterações, troque heróis, eventos, aliados, acessórios, teste em diversas missões, mas teste diversas vezes. Um único teste mal sucedido não quer dizer que seu baralho é ruim, talvez estivesse pouco embaralhado, ou o Baralho de Missões. A sorte também conta muito, o que faz com que a quantidade de testes seja essencial para saber se o baralho é realmente bom ou se a sorte ajudou. Aconselho a jogar melhor de três, e depois melhor de cinco, em cada missão.

 

Com os testes você irá verificar as falhas que precisam ser corrigidas e aplicar as mudanças necessárias. A partir daí é jogar e se divertir, ganhando de algumas (espero que a maioria das) missões, e perdendo de outras que fogem da proposta do seu baralho.

 

Com o tempo o jogo evolui, surgem novas missões e novas cartas de jogadores que podem repaginar todo o seu baralho, portanto, as alterações são salutares ao longo das partidas para manter o seu baralho em harmonia com o estilo de jogo vivo que é o Living Card Game.

 

Dito isso finalizamos os conceitos básicos e as dicas para montagem de baralhos. Agora é apresentar alguns dos baralhos que já construí e criar novos com as expansões vindouras.

© 2013-2014 Card Game do Anel

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