Análise da Carta

 

Legolas, Príncipe do Reino da Floresta das Trevas, o único elfo da comitiva do anel, e também o único elfo silvestre (silvan) da caixa básica de Senhor dos Anéis LCG. 

 

Inicialmente eu gostaria de expor o quanto eu gosto dessa carta, por diversas razões. Em primeiro lugar porque a arte (de Magali Villeneuve, minha favorita no jogo) determinou a quebra com os filmes de Peter Jackson e assumiu o retrato do personagem como descrito por Tolkien, com cabelos escuros. Além disso, pelo apelo do personagem no próprio livro. E por fim, e talvez mais importante, porque considero como o melhor herói da caixa básica em termos gerais.

 

Na verdade considero ele um dos melhores heróis da esfera de Tática lançados até hoje (partindo dos lançamentos da produtora original Fantasy Flight Games).

 

Essas últimas constatações têm um peso considerável, ô se têm. Mas elas tem embasamento. Apesar de que analisando isoladamente os atributos do personagem talvez você não chegue à mesma conclusão.

 

Legolas possui Força de Vontade e Força de Defesa 1, de modo que já afasta sua aplicação como defensor e cumprindo papéis na missão. Já sua Força de Ataque em valor 3 o torna um exímio atacante, além do que possui a palavra chave "Ataque à Distância" podendo atacar inimigos na área de jogo de outros jogadores, participando em ataques feitos pelo outro jogador ou isoladamente.

 

Seus pontos de vida também não são os mais atrativos, 4 pontos de vida, não é garantia para um ataque sem defesa arriscado com efeitos sombrios.

 

Seguindo a fórmula padrão, de que o custo de ameaça do herói é o somatório de seus atributos, o elfo possui um custo de ameaça 9. Esse valor para um personagem atacante é excelente, ainda mais para um atacante versátil que auxilia outros jogadores com ataques a distância. 

 

Na construção de um baralho o baixo valor do custo de ameaça na função de atacante é um valor baixíssimo se comparado a os outros heróis que se propõe à mesma função. Assim, Legolas certamente é a primeira escolha quando se pensa na função de ataque.

 

Manter o baixa a ameaça, além de afastar a derrota iminente em 50 pontos, permite que o jogador controle os inimigos a serem engajados, engajando opcionalmente os inimigos com os quais pode lidar, e matar com Legolas, no momento oportuno.

 

Mas o que realmente chama a atenção em Legolas é a sua habilidade de gerar progresso ao eliminar inimigos. Os ataques do príncipe élfico que destruírem seus inimigos geram 2 marcadores de progresso para serem colocados na missão (ou na localização ativa, se houver). 

 

Calma lá, ele é mesmo um herói da esfera de tática? Aquela mesma esfera que tem como característica a baixa força de vontade e dificuldade em gerar progresso? Mas... mas... É isso mesmo, ele além de contar com cartas que reforçam seu poder em combate gera progresso caso destrua seus inimigos nos ataques em que participa, inclusive com ataques à distância.

 

Dessa forma, apesar de não participar na missão ele ainda gera progresso, e progresso certo, sem contar a força de vontade, basta matar inimigos. Assim ele acaba por cumprir mais de uma função, apenas com ataques. É mole ou quer mais?

 

Certamente não há outro espaço no baralho além do papel de atacante com a escolha desse herói, mas esse é o papel proposto pela esfera de tática:, controlar o combate, defender e eliminar os inimigos. Logo, ele cumpre o seu papel proposto de forma magistral, e por um custo baixíssimo de 9 de ameaça, culminando ainda na geração de progresso.

 

Concluindo, ele é um excelente atacante, versátil, com uma habilidade única de gerar progresso com a morte de inimigos, isso tudo por um baixo custo de ameaça.

 

Não bastasse ser enaltecido nos filmes com cenas deslizando com escudos, montando em cavalo a galope, derrubando um olifante, etc. Sua carta, aparentemente singela, é um verdadeiro massacre.

 

 

Combina muito bem com?

 

Espada de Gondolin (Core 39)

 

A espada dos ancestrais de Legolas, os Elfos de Gondolin! Ela produz uma habilidade similar à do elfo, gera 1 de progresso quando destruir um inimigo em um ataque que o personagem participou, muito bem. Além disso ela aumenta o ataque do elfo contra inimigos do tipo Orc, que sempre estão presentes para atrapalhar a vida dos jogadores. 

 

Vale frisar que os efeitos da habilidade do Herói e da Espada de Gondolin são simultâneos, de modo que o primeiro jogador seleciona qual ocorre primeiro. Assim, se há uma localização ativa que necessita de 1 marcador de progresso para ser explorada basta usar antes o efeito da espada, explorá-la e em seguida gerar 2 marcadores de progresso na missão. Da mesma forma quando houver uma localização que necessite de 2 de progresso ative inicialmente a habilidade de Legolas, para posteriormente ativar a habilidade da espada, gerando 1 marcador de progresso na missão.

 

Coragem inesperada (Core 57)

 

Coragem inesperada, a melhor forma de garantir dois ataque em uma rodada. Vale lembrar que não podem ser desferidos dois ataques contra um mesmo inimigo em uma única rodada, durante a fase de combate.

 

Aumento de Força de Ataque - Machado dos Anões (Core 41), Marca dos Dúnedain (SFT 02)

 

Como vimos, Legolas é um atacante por natureza, assim qualquer habilidade que aumente sua Força de Ataque é bem vinda, e essencial para ativar sua habilidade o maior número de vezes possível. 

 

 

O Personagem nas obras literárias de J.R.R. Tolkien:

 

Primeiramente, esqueça o Orlando Bloom. Pode parecer difícil para as fãs do ator, mas Legolas não é realmente tudo aquilo que se apresenta nos filmes.

 

Muito do que se encontra estampado nas telas é subsunção da obra literária numa cena bem montada, mas ele foi muito enaltecido e a interpretação deixou de lado aspectos muito relevantes do personagem.

 

Em verdade ele é um jovem e nobre elfo, que tem na juventude um aspecto muita explorado na obra. Durante a passagem em no Chifre Vermelho, enquanto todos estavam abaixo de neve e Legolas passava por cima de fato ele não foi arrogante, mas na verdade escarneceu com jovialidade, fazendo piada dos “homens fortes” nas palavras de Boromir.

Apesar da diferença entre personalidades do livro e da obra, o elfo não é o personagem mais explorado do livro, na verdade alguns estudioso das obras afirmam que originalmente o papel de único elfo da Comitiva do Anel seria dado a Glorfindel, como ele havia resgatado Frodo e levado a Valfenda para curar a ferida da Lâmina de Morgul do Rei dos Bruxos. Mas, no fim das contas ficamos mesmo com Legolas.

 

Legolas é um Príncipe do Reino da Floresta das Trevas, governado pelo Rei Thranduil, que tem passagem na obra d’O Hobbit. É ele quem aprisiona os anões, que fogem com auxílio de Bilbo Bolseiro em uma cavalgada em barris pelo Rio Encantado.

 

Da sua criação vem todo o preconceito com anões, marcante no primeiro livro da trilogia do anel. Ele e Gimli não se dão bem no início, em especial durante o Conselho de Elrond, quando se estava a decidir o destino d’O Um Anel.

 

É interessante buscar a razão pela qual Legolas estava presente naquele momento em Valfenda, pois é resultado do primeiro ciclo do jogo, Sombras da Floresta das Trevas. No jogo o primeiro ciclo é todo montado com pano de fundo na caçada ao Gollum, que por fim é levado como prisioneiro no Reino da Floresta. Nos livros não é diferente, Gollum é pego por Aragorn e levado ao Rei dos Elfos, onde é interrogado por Gandalf.

Ocorre que Gollum continua como prisioneiro, mas consegue escapar. Os elfos com pena da natureza e resultado dos efeitos d’O Anel sobre Smeagol permitem que o mesmo tome banhos de sol nos pátios do Reino. Seja ou não coincidência, durante um desses momentos de banho de sol o Reino da Floresta é atacado por um bando de Orcs, e Gollum aproveita a oportunidade para fugir.

 

Legolas então vai até Valfenda informar e buscar conselhos de Elrond acerca da fuga de Gollum, quando se depara com a chegada d’O Anel e Frodo. Assim acaba por ser o único representante da raça dos elfos a participar da comitiva.

 

Vale citar que os Elfos da Floresta das Trevas são elfos Sinda, silvestres, são elfos que não vieram das Terras  Imortais, sempre permaneceram na Terra-Média, e por isso são menos poderosos do que aqueles que vieram de lá, os Noldor, como por exemplo Galadriel, Glorfindel e Elrond.

 

Isso não faz de Legolas um frangote, muito pelo contrário, os elfos do Reino da Floresta são marciais, e vivem sob uma estrutura hierárquica militarizada, além de ser um nobre, treinado como tal, e consequentemente em estratégias de combate.

 

Mas não só de batalhas é feito Legolas, ele se destaca, e muito, na comitiva pelas características naturais da sua raça. Seus sentidos aguçados, visão longínqua e audição perfeita, bem como a leveza dos pés, enaltecida na passagem do Chifre Vermelho.

 

Após a queda de Gandalf para o Balrog, cuja espécie foi identificada por Legolas assim que se apresentou, demonstrando o conhecimento das sombras que abalaram seu povo durante muitas eras, Legolas guiou a comitiva para Lothlórien. Ele foi quem agiu diplomaticamente com os Ghaladrim em seu primeiro contato, e até mesmo aceitou vestir uma venda para que Gimli não ficasse com o orgulho ferido.

 

No encontro com Galadriel a elfa plantou a primeira semente de amizade entre anão e elfo, e como resultado surigu uma amizade lendária conhecida entre as duas raças.

Após a morte de Boromir os três caçadores: Legolas, Aragorn e Gimli; uniram suas habilidades para salvar Merry e Pippin de um destino cruel. O elfo demonstrou especial conhecimento pela história dos elfos, quando os três caçadores adentraram Fangorn e encontraram Gandalf, o Branco.

 

O interesse sobre questões afetas aos elfos se mostra presente em toda a obra, ele questiona Gandalf sobre os Entes e Huorns quando próximos a Isengard.

 

Pela amizade com Gimli ambos trocam conhecimento e viajam por diversos lugares após a Guerra do Anel, o elfo apresenta Fangorn e reinos élficos ao anão, que por sua vez leva o príncipe élfico para o reino que colonizou entre cavernas brilhantes de diamantes e cristais.

 

Legolas também é o único que não demonstra medo dos homens mortos quando Aragorn vai ao encontro da dívida dos traidores. Gimli em contrapartida assume na falta de medo do elfo a razão para prosseguir, pois não poderia ter mais medo que um elfo.

 

Além disso, ambos contam as mortes em batalha, seja nos campos do Pellenor ou no Abismo de Helm, eles disputam para saber quem derrota mais inimigos.

Em suma o papel de Legolas nas obras está diretamente ligado ao de Gimli, e ambos se completam bem, apresentando uma amizade que seria conhecida por eras.

 

Eventualmente Legolas parte da Terra Média para Valinor, no oeste. Mas antes ele torna Ithilien uma floresta viva e verde como foi antes da guerra.