Análise da Carta

 

Dúnhere! Que surpresa ver esse personagem como um dos 12 heróis da caixa base do jogo! Alguém ai sabe quem é ele? Ele não é um personagem central nos livros, talvez por isso não tenha aparecido nas telonas com os filmes de Peter Jackson. Ele não é um grande general nem fez grandes feitos, mas por algum motivo chamou a atenção dos desenvolvedores do jogo quando da criação da base do jogo.

 

Eu consigo entender esse posicionamento, vejamos: Dúnhere é um homem dos cavalos de Rohan, um guerreiro e excelente cavalgador, mas sem grandes feitos em seu nome. Na verdade é mais um daqueles que segue ordens, e segue bem, sem desistir ou pensar nas chances de falha. E é isso que a carta pretende, um Guerreiro, que apesar de não ser um heróis de batalhas, jamais desiste e faz o possível para afastar a ameaça.

 

Dessa forma a carta foi pensada como uma forma diferenciada de combate, uma linha que pudesse ser aproveitada pela esfera de espírito, e se diferenciasse da linha da esfera de tática, significando a capacidade de cavalgada do personagem.

 

Essa linha é mais explorada com o avançar do jogo, especificamente durante o Quarto Ciclo a partir de “A Voz de Isengard”, quando o traço Rohan e os cavaleiros são o foco da mecânica de combate das cartas.

 

Chega de falar tanto, vamos analisar a carta.

 

De plano a única coisa que chama a atenção é a sua baixa ameaça inicial, um custo de ameaça 8 é especialmente baixo. Isso se traduz na baixa força de seus atributos. Efetivamente ele não é excelente em nada, quando muito é um atacante regular, com Força de Ataque 2.

 

Onde ele brilha é em sua habilidade única de combate. Dúnhere ataca inimigos na área de perigo. Pode isso, Arnaldo? Pode, se ele for o único atacante declarado contra o inimigo alvo. E não para por aí! Quando ele atacar um inimigo na área de perigo (o que ele só pode fazer se atacar sozinho) ele recebe +1 de Força de Ataque. O jogo esqueceu de mencionar até quando ele continua com esse bônus.

 

Na verdade o texto da habilidade da carta é um dos mais mal escritos de todo o jogo. Fica no meu top 3 de cartas com textos mal escritos e confusos. Como a produtora oficial nunca se pronunciou oficialmente sobre essa questão acerca da duração do bônus de ataque eu acho que fica bem óbvio que é até o final do ataque (mas poderia ser até o final da fase, enfim).

 

Qual a proposta de Dúnhere, no fim das contas? Um atacante, atropelando a área de perigo e eliminando a ameaça sem que seja necessário se defender dos ataques dos inimigos. Mas para isso você precisa manter a sua ameaça em um valor muito baixo, certo? Pra isso mesmo que ele possui o custo de ameaça em 8.

 

Fica a cargo de seus outros heróis manterem a ameaça baixa, se fizer isso e conseguir continuar mantendo a baixa ameaça Dúnhere vai ter sempre um espaço para aos poucos eliminar os inimigos que surgem. Principalmente contra aquele Troll da Colina (Core 82) que está segurando a barcaça para atravessar o Rio Anduin.

 

Ele é especialmente bom com cartas da esfera de tática, uma vez que ele consegue bônus de ataque e muitas vezes poderá eliminar um inimigo com apenas um golpe. Além disso, aquele Ataque Rápido (Core 35) durante a fase de missão pode baixar a ameaça durante a resolução da missão e garantir uns marcadores de progresso cruciais a mais.

 

Ele é um Herói muito direto e sua estratégia bem específica, provavelmente o baralho vai ser montado em cima de sua habilidade para que seja utilizado com eficiência, desse modo ele não é tão popular, já que não se encaixa bem em outros baralhos.

 

Além disso, ele possui o traço “Rohan” que é bem explorado para geração de Força de Vontade durante o primeiro ciclo e as expansões já lançadas pela Galápagos Jogos em português.

 

No fim das contas, Dúnhere é um herói que possui uma especialidade muito específica, e que se não for o centro do seu baralho vai ficar relegado ao desuso. Muita gente sequer vai montar baralhos com ele, mas se bem montado o baralho do cavaleiro de Rohan pode ser destruidor e seguir de forma segura em missões bem conturbadas. 

 

 

Combina muito bem com?

 

Redução da Ameaça - Saudação dos Ghaladrim (Core 46), Gandalf (Core 73)

 

Para que sua habilidade funcione Dúnhere exige que você mantenha a ameaça a mais baixa possível. Com o passar do jogo ela pode subir o suficiente para não ser mais eficiente, de modo que os inimigos que surgem engajam os jogadores obrigatoriamente na fase de encontros. Para corrigir isso mantenha sempre a ameaça baixa, começar com heróis de custo de ameaça baixa nem sempre é o suficiente, então dê um jeito de baixá-la durante o jogo.

 

Aumento de Ataque - Espada de Gondolin (Core 39), Machado dos Anões (Core 41), Marca dos Dúnedain (SFT 02)

 

Enquanto ataca a área de perigo o ataque de Dunhére alcança o valor base de 3 Força de Ataque, o que não dá conta da maioria dos inimigos. Dessa forma, aumentar seu ataque é essencial tanto para economizar tempo e quantidade de ataques para derrubar um inimigo quanto para tentar reduzir a ameaça o mais rápido possível. Cartas que aumentem o seu ataque são essenciais!

 

Ataque Rápido (Core 35)

Atacar durante a fase de missão e eliminar a amaeaça do inimigo que acabou de ser revelado derrotando-o e evitando o combate é nada menos do que satisfatório. Com um ataque rápido ele pode escolher um inimigo elegível, e Dunhére pode eleger inimigos na área de perigo para sofrer um ataque. Combinação excelente!

 

 

O Personagem nas obras literárias de J.R.R. Tolkien:

 

Dúnhere não é um grande personagem nem fez grandes feitos, mas nem por isso deixa de ser uma peça importante da obra de J.R.R. Tolkien, ele é mais um daqueles personagens, que apesar de pouco complexos, atinge um ponto em que seus feitos fazem diferença para o povo.

 

Ele é um cavaleiro de Rohan, líder e capitão do Vale do Rastelo, uma região do Folde Ocidental, onde Rohan divisa Isengard, e por isso foi alvo dos primeiros ataques dos Uruk-Hai no início da Guerra do Anel.

 

Durante as batalhas no Folde Ocidental Dúnhere lutou em tropas comandadas por Théodred, o filho do Rei Théoden e Marechal das tropas, e esteve na batalha quando este caiu pelas tropas da mão branca de Isengard.

 

Supostamente este era o objetivo de Saruman, baixar a moral de Rohan e matar seu príncipe, o que culminou com a facilidade com que pode corromper o Rei Théoden, logo as batalhas foram ferozes e derradeiras.

 

No lugar de grandes feitos em batalha, Dúnhere é reconhecido por ser o comandante que permitiu e facilitar que as tropas fugissem de um cerco onde a batalha já estava perdida, fazendo com que muitos sobrevivessem a um massacre.

 

Ele não lutou na Batalha de Huornburg, no Abismo de Helm, mas foi ordenado que cavalgasse e recrutasse a maior quantidade de pessoas possível para as batalhas vindouras, reencontrando-se com o Rei Théoden acompanhado de hábeis cavaleiros e lanceiros que marcharam para Minas Tirith.

 

Dentro da estrutura genealógica e militar Dúnhere seguia ordens de Erkenbrand, seu tio, e compunham o éored (tropa de cavaleiros de Rohan) de Grimbold na Batalha dos Campos de Pellenor.

 

Durante esta batalha derradeira da Guerra do Anel Dúnhere morre e é eternizado na canção que remonta a batalha, a Canção dos Montes de Mundburg.